O livro acabou. E agora?
Não, esse texto não é sobre o temido e tão falado fim próximo do livro. Ainda não, pelo menos. É sobre um fato bem mais prosaico e cotidiano (pelo menos para algumas pessoas). É sobre aquele dia em que o livro que tem te deleitado por páginas e dias e noites, que tem te enchido de empolgação e revelações, que tem sido seu companheiro e mesmo amigo,simplesmente acaba. Última página virada e o nada da última capa. E agora? E agora o próximo livro? Ou um descanso na memória do livro recente, permiti-lo decantar na nossa cabeça ou na nossa alma, dependendo da sua ideia de mundo? Terminar um livro é um desafio, às vezes maior que iniciá-lo, porque invadimos ele, mergulhamos no seu mundo e respiramos seu ar. As personagens movem-se em torno da gente, com suas esperanças e angústias, inventando palavras e justificativas para suas vidas e nós ali, com elas.
Mas o fim vai se aproximando, muitas vezes como um redemoinhos nos carregando para um centro, um cerne que na última página pode nos aliviar ou nos encher de vontade por mais alguns (ou muitos) parágrafos. Precisamos então desapegar daquelas paisagens, ambientes e personalidades. Fim de livro não é fácil pra ninguém. Imagino que não o seja também para quem escreve. Se nós, meros leitores, ao fim uma aventura literária nos sentimos assim perdidos ou por demais encontrados, o que dizer de quem tirou da mente o tal redemoinho? Próximo livro?
Isso me leva a essa moda que agora assombra muito dos livros que estão por aí: os livros seriados, as trilogias, tetralogias e as logias de sete livros que eu nem sei como chamar direito. Livros que nunca acabam ou que acabam MUITO depois do que deveriam ou do que gostaríamos, algumas vezes diluíam aquilo que nos tocava. Mas há quem curta, quem goste. Há quem prefira… E alguns são mesmo legais. Só que às vezes é bom quando um livro acaba e as portas de outros livros se abrem pra gente. E outros livros,outros autores, significam outros mundos, outros cenários e novas viagens. É assim que o fim de um livro nos acena com esperanças e amplos espaços abertos. Recentemente terminei um livro e foi uma desolação. Por outro lado foi uma libertação e pude me afastar olhando pelo retrovisor, levando algo comigo que não tem preço. Levando para o próximo livro e para os amigos, para os que nos cercam,para aqueles que vemos folheando o mesmo livro numa livraria e nos pegamos dizendo para um estranho: esse eu li, é ótimo. Super recomendo! Toinho Castro
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