sexta-feira, setembro 23

Restaurada biblioteca mais antiga do mundo

A biblioteca Al Quaraouiyine em Fez, no Marrocos, é considerada a mais antiga do mundo e em breve estará de novo aberta ao público, depois de três anos fechada para recuperação. A abertura estava prevista para setembro, mas não tendo sido possível cumprir o prazo, o projeto deve estar completo ainda antes de 2017.

Aziza Chaouni, a arquiteta encarregada de recuperar esta biblioteca, explica que todo o processo é como “curar feridas”, tendo sido renovado o edifício e alguns dos tomos históricos da biblioteca. “Espero que as pessoas vejam a biblioteca como uma segunda casa”, acrescentou a arquiteta em entrevista à AP.


A biblioteca tinha sido fechada para obras para resolver um problema de umidade que estava a causar a deterioração dos livros e de manuscritos. Foi refeito o sistema de esgotos e o sistema de canalização da biblioteca e foi também criado um laboratório para tratar e fazer uma recuperação de textos mais antigos, bem como digitalizá-los.

A biblioteca da Universidade Al Quaraouiyine alberga vários livros com grande valor histórico, sendo um dos mais preciosos um Alcorão — o livro sagrado do Islamismo — do século IX, escrito em cúfico, a caligrafia árabe conhecida mais antiga. O texto está escrito em pele de camelo. Ao todo existem mais de 4.000 livros raros entre o espólio, segundo a Associated Press.

A biblioteca foi fundada por Fatima al-Fihri no século IX d.C. O projeto desta filha de um mercador rico era o de criar um complexo que incluía a biblioteca, mesquita e universidade de Al Quaraouiyine. A Universidade é considerada a mais antiga de sempre, tendo sido oficialmente fundada em 859 d.C.

Nas últimas décadas a biblioteca estava reservada a académicos que pediam acesso prévio a certos documentos. No entanto, o novo projeto da biblioteca pretende que esta esteja aberta ao público em geral, informa o jornal inglês The Guardian.

Esta preservação e recuperação do edifício e de alguns destes livros ganha importância na atualidade, já que vários grupos extremistas destruíram monumentos e documentos históricos, como o saque da biblioteca de Mosul, tendo sido queimados milhares de manuscritos, ou a destruição da cidade de Palmira.
Fonte: Observador

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