Quando eu morrer quero ser nome de rua – mas não uma rua qualquer sim uma rua de paz que o sol percorra de ponta a ponta, ensolarada com varandas e sacadas e dourados horizontes
Anote, mulher, anote:quero rua com jardins de alamandas e alecrins e joão-de-barro nos postes
Com maria-sem-vergonha florindo até nas calçadas e à tarde a sineteada do vendedor de pamonha.
Crianças jogando bola mais bicicletas que motos passando com tal respeito que ninguém quer quebra-molas
Velhas casas de madeira com grandes quintais quietos e gatos tão sonolentos à sombra de abacateiros
Cães latindo para a lua galos cantando pro sol rádios esgoelando gol ao longo da minha rua
Janelas por onde espia uma criança ou viúva as brincadeiras da chuvão vento e sua folia
Anote, amor, anote:rosas de todas as cores no ar perfume de flores dálias e damas-da-noite
Bueiros desentupidos sem bitucas as calçadas sempre pipas penduradas num céu de azul infinito. Será, amor, uma artériade tal forma democráticaque em cada esquina lunáticostrocarão suas ideias
O tráfico de sementese mudas para as hortasserá intenso, por contade avós e adolescentes
À noite, sem mais aquela,quando a tevê estiverchata a ponto de doerolharemos as estrelas
Velhas casas de madeira com grandes quintais quietos e gatos tão sonolentos à sombra de abacateiros
Cães latindo para a lua galos cantando pro sol rádios esgoelando gol ao longo da minha rua
Janelas por onde espia uma criança ou viúva as brincadeiras da chuvão vento e sua folia
Anote, amor, anote:rosas de todas as cores no ar perfume de flores dálias e damas-da-noite
Bueiros desentupidos sem bitucas as calçadas sempre pipas penduradas num céu de azul infinito. Será, amor, uma artériade tal forma democráticaque em cada esquina lunáticostrocarão suas ideias
O tráfico de sementese mudas para as hortasserá intenso, por contade avós e adolescentes
À noite, sem mais aquela,quando a tevê estiverchata a ponto de doerolharemos as estrelas
Nas noites de plena luaà meia-noite vocêpasseará prateada e nuae só os cães vão te ver
Numa esquina garapeironoutra uma quitanda rica(rica de cores e cheiros)e a Padaria Benfica
E será de quem, mulher, a bendita padariasenão de um José Mariabisneto de um português?O açougue será do Joãoa quitanda do Kentarocomo a banca do Funaroa oficina do Carlão
Minha rua terá gentedos povos todos da Terraa conviver simplesmentecomo vizinhos de bairro
Então, mulher, quando eu forpara a viagem sem voltaache um super vereadore apresente esta proposta
Quem sabe seja preciso fazer a rua do nadapara ser inauguradajá velha. E já aviso: antes que sempre alguém façaa pergunta que se espera– Quem é que foi esse cara? – meu nome lá numa placa será coberto de hera.
Numa esquina garapeironoutra uma quitanda rica(rica de cores e cheiros)e a Padaria Benfica
E será de quem, mulher, a bendita padariasenão de um José Mariabisneto de um português?O açougue será do Joãoa quitanda do Kentarocomo a banca do Funaroa oficina do Carlão
Minha rua terá gentedos povos todos da Terraa conviver simplesmentecomo vizinhos de bairro
Então, mulher, quando eu forpara a viagem sem voltaache um super vereadore apresente esta proposta
Quem sabe seja preciso fazer a rua do nadapara ser inauguradajá velha. E já aviso: antes que sempre alguém façaa pergunta que se espera– Quem é que foi esse cara? – meu nome lá numa placa será coberto de hera.
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