Uma das vantagens de ler um jornal discreto como The Guardian é o facto de os seus jornalistas andarem sempre em cima do acontecimento. Em tempo de fake news, sinto-me confiante neste diário britânico, que foi e é bastante rigoroso. E, de resto, veio agora denunciar uma situação típica da esperteza saloia da Amazon. Ora, parece que os compradores da livraria virtual têm sido enganados constantemente com críticas a determinados livros que, efectivamente, não correspondem à edição que está à venda. Pensem por exemplo num clássico de Tolstoi ou Dostoeviski. Claro que é o tipo de obra que merece habitualmente elogios, quer de académicos conceituados, quer de leitores comuns. Mas imaginem que existem edições destes clássicos que, por acaso, foram truncadas, estão mal traduzidas, mal prefaciadas, têm notas de rodapé ridículas, enfim, há muitas coisas que podem transformar uma jóia numa pedra sem valor. E colocar as boas críticas ao pé destas edições más para as despachar é, diria eu, coisa de má fé e artimanha para despachar livros. Ainda bem que alguém viu e denunciou. Obrigada ao Guardian. Temos de estar mais atentos como compradores porque existe muita gente que nos quer ludibriar. Outra espécie de fake news, em suma.
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