São mais de 3 mil verbetes de dialetos indígenas, africanos e documentos raros
Um dicionário
singular, e não apenas por abarcar exclusivamente termos empregados na cozinha
brasileira. Parte de seus mais de 3 mil verbetes sequer consta dos dicionários
regulares da língua portuguesa, algo que, em si, o torna relevante para a
história da cultura nacional. Várias dessas palavras foram pinçadas em dialetos
indígenas e africanos e em documentos bibliográficos hoje raros, tarefa
iniciada por Leonardo Arroyo nos anos 1960.
Recentemente, a
pesquisadora Rosa Belluzzo incumbiu-se de revisar e complementar o trabalho de
Arroyo, tarefa em que despendeu quatro anos: “Procurei arrematar definições
incompletas, incorporar palavras que à época não eram usuais, acrescer novos sentidos
para termos já utilizados; meu objetivo, enfim, foi revisitar o léxico
compilado por Arroyo, preservando seu conteúdo, mas não descurando o presente e
a própria dinâmica transformadora da língua e da cultura”.
Arroyo e Belluzzo
expõem a evolução do vocabulário da culinária nacional, enfatizando suas
particularidades, curiosidades e suas três principais matrizes culturais principais
– europeia, africana e indígena. Como resultado, trazem à luz um rico e
diversificado leque de expressões e da terminologia empregada na cozinha em
todo o país.
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