A política cultural do Estado brasileiro é, para usar um
adjetivo caridoso, simplesmente insuficiente. Os números e a estrutura
disponível para suas ações demonstram isso e a comparação com outros países
chega a ser humilhante. A pretensão de assumir um papel mais relevante através
de mecanismos de “soft power” fica assim comprometida. O caso de Portugal é
exemplar. O PIB de Portugal, em 2012, foi de US$ 228.872 milhões e o do Brasil
de US$ 2.350.889 milhões. Ou seja, o de Portugal é menos de 10% do PIB
brasileiro. Por isso mesmo, comparar os 785 pontos de ação do Instituto
Camões com o que o Brasil apresenta em termos de ações continuadas denota
simplesmente que nosso país pensa pequeno e age pequeno em termos de política
externa na área da cultura. Uma comparação dessas desmerece totalmente o
discurso sobre a importância da projeção internacional do Brasil. E o que isso
afeta o mercado do livro?
Por conta das deficiências da diplomacia cultural
brasileira, o apoio às iniciativas – pessoais e institucionais – que procurem
suplementar as debilidades da diplomacia devem ser apoiados, pelo menos com
competência, sem discriminação e com eficiência. Os autores brasileiros vêm
sendo cada vez mais chamados para eventos internacionais, seja por suas
editoras estrangeiras, seja por vários tipos de instituições. A maioria
estrangeira, que paga os custos das viagens e da presença dos autores.
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