Em “A vida em comum: ensaios de antropologia geral” (Editora
Unesp, R$42, 223 páginas), que integra a Coleção Todorov, o filósofo búlgaro
percorre um único domínio do vasto campo da Antropologia para estudar o ser
humano a partir de um ângulo incomum. Tzvetan Todorov busca compreender não o
lugar que o homem ocupa na sociedade, mas, ao contrário, o lugar que a
sociedade ocupa no homem: "Em que consiste, para o indivíduo, a exigência
de conhecer apenas uma vida em comum?".
Todorov almeja melhor compreensão do objetivo da existência humana. E demonstra que é preciso ir além do que se percebe a partir de concepções correntes (e antagônicas), carregadas de conceitos antropológicos subjacentes. Tais concepções induzem a pensar que o objetivo da existência humana é o desenvolvimento do indivíduo, a realização de si ou o progresso da sociedade, ainda que este implique em sacrifício de certas vantagens do indivíduo.
Interessado especialmente em Rousseau - para quem a vida em
sociedade é uma vocação humana, embora, em aparente contradição, ele vivesse
solitário -, Todorov dialoga nesta obra com pensadores de várias épocas, como
Montaigne, Kant, Nietzsche, La Rochefoucauld e Freud. Ele recorre ainda,
"mais do que habitualmente", à literatura: "As verdades
desagradáveis - para o gênero humano ao qual pertencemos, ou para nós mesmos -
têm maiores possibilidades de conseguir exprimir-se em uma obra literária do
que em uma obra filosófica ou científica".Todorov almeja melhor compreensão do objetivo da existência humana. E demonstra que é preciso ir além do que se percebe a partir de concepções correntes (e antagônicas), carregadas de conceitos antropológicos subjacentes. Tais concepções induzem a pensar que o objetivo da existência humana é o desenvolvimento do indivíduo, a realização de si ou o progresso da sociedade, ainda que este implique em sacrifício de certas vantagens do indivíduo.
"A existência humana não está ameaçada pelo isolamento, pois este é impossível; ela está ameaçada por algumas formas de comunicação, empobrecedoras e alienadoras, e também pelas representações individualistas desta existência, que nos fazem viver tragicamente, o que é a própria condição humana: nossa incompletude original e a necessidade que temos dos outros."
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