Assim começa o livro...
E
u, Jean Hennequin, mestre em artes, empreendo, neste 3 de abil de 1583, relatar alguns acontecimentos ocorridos no último dezembro em Paris e que muito impressionaram os espíritos. Vários fatos somente por mim conhecidos talvez interessem aos leitores do futuro. Gostaria também de contribuir para melhor conhecer meu mestre Giordano Bruno, que ontem partiu para a Inglaterra, deixando-me órfão de espírito e de amizade. As viagens são perigosas, o canal da Mancha pérfido, Londres – ao que dizem – hostil aos estrangeiros, e meu mestre de uma rara imprudência, quando não de um insigne falta de tato, que me faz temer jamais tornar a vê-lo. Então, melhor escrever tudo isso enquanto sua voz está bem presente em meu ouvido e os acontecimentos em questão vivos em meu espírito.
Antes de abordar o drama ocorrido em dezembro, acho útil explicar como fiquei conhecendo Bruno e como se atou nossa amizade.
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