Uma das poucas vantagens dos escritores são os convites para festivais literários, geralmente em cidades charmosíssimas e em ótima companhia. E às vezes tem até um cachezinho. Da Flip de Paraty ao Folio, festival do livro de Óbidos, uma adorável vila medieval a uma hora de Lisboa, cercada por muralhas ancestrais e invadida por multidões de leitores que tratam os escritores como pop stars. E melhor ainda: uma oportunidade para trocar o clima pesado e sufocante do Brasil pela leveza de uma semana de arte e cultura. Mas como nada é só bom, Óbidos tem mais ladeiras do que Ouro Preto e elas são os maiores desafios de quem ganha a vida sentado o dia inteiro...
Com 12 mil habitantes, a cidade tem sete livrarias, e a maior delas ocupa toda uma bela e antiga igreja com livros: a literatura como religião. Atrás das muralhas, de manhã à noite, eventos não só literários, mas teatrais e musicais, numa intensa programação que terá a maravilhosa fadista Cristina Branco e o pianista Mário Lajinha interpretando a obra de Chico Buarque. Entre os escritores, Luis Fernando Verissimo, popularíssimo aqui, vai estrelar uma mesa sobre humor, árdua tarefa no atual momento do Brasil. João Paulo Cuenca e Francisco Bosco representam as novas gerações e vou dividir com Ruy Castro uma mesa sobre os 450 anos do Rio de Janeiro.
Os portugueses talvez não saibam, mas somos um paulista e outro mineiro, cariocas por opção e adoção (são os que mais amam o Rio ), além de atléticos companheiros de caminhadas matinais no Calçadão de Ipanema. Aparentemente vai ser uma moleza, uma sucessão de lembranças felizes, de praias, pessoas e músicas maravilhosas, de grandes artistas e atletas, de um povo simpático, um estilo de vida descontraído, um espirito irreverente e... êpa! que hoje se transformaram em violência, cafajestice e grosseria. Vamos combinar de parar a conversa no fim do século 20...
Pensei até em não escrever nada sobre Óbidos, para não arriscar justificáveis invejas, olho-grande, e até mesmo raiva, de leitores sofrendo no Brasil em transe. Mas pelo menos passo uma semana sem falar em Dilma e Cunha.
Nelson Motta
Com 12 mil habitantes, a cidade tem sete livrarias, e a maior delas ocupa toda uma bela e antiga igreja com livros: a literatura como religião. Atrás das muralhas, de manhã à noite, eventos não só literários, mas teatrais e musicais, numa intensa programação que terá a maravilhosa fadista Cristina Branco e o pianista Mário Lajinha interpretando a obra de Chico Buarque. Entre os escritores, Luis Fernando Verissimo, popularíssimo aqui, vai estrelar uma mesa sobre humor, árdua tarefa no atual momento do Brasil. João Paulo Cuenca e Francisco Bosco representam as novas gerações e vou dividir com Ruy Castro uma mesa sobre os 450 anos do Rio de Janeiro.
Os portugueses talvez não saibam, mas somos um paulista e outro mineiro, cariocas por opção e adoção (são os que mais amam o Rio ), além de atléticos companheiros de caminhadas matinais no Calçadão de Ipanema. Aparentemente vai ser uma moleza, uma sucessão de lembranças felizes, de praias, pessoas e músicas maravilhosas, de grandes artistas e atletas, de um povo simpático, um estilo de vida descontraído, um espirito irreverente e... êpa! que hoje se transformaram em violência, cafajestice e grosseria. Vamos combinar de parar a conversa no fim do século 20...
Pensei até em não escrever nada sobre Óbidos, para não arriscar justificáveis invejas, olho-grande, e até mesmo raiva, de leitores sofrendo no Brasil em transe. Mas pelo menos passo uma semana sem falar em Dilma e Cunha.
Nelson Motta
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