O escritor sueco Henning Mankell, mestre do romance noir (policial) nórdico e um dos narradores mais lidos e celebrados da Europa, morreu nesta segunda-feira em Gotemburgo, aos 67 anos, segundo informação divulgada por seu editor sueco. O criador do inspetor Wallander sofria de câncer há vários anos –um processo que ele viveu como um duelo cara a cara com a morte e que decidiu compartilhar no livro Kvicksand ("Areias movediças", inédito no Brasil).
Com as histórias do inspetor Wallander – algumas delas publicados no Brasil pela Companhia das Letras, como "Assassinos Sem Rosto" e "O Homem Que Sorria" –, o romance noir deu um enorme salto, tanto em temas como em leitores. Mankell não apenas foi um grande autor de romances policiais como também, através de seus relatos, traçou um retrato crítico da sociedade europeia contemporânea. Suas obras tratam de temas como a integração dos imigrantes, a violência de gênero e o profundo mal-estar que se oculta sob a aparente perfeição dos países nórdicos.
Seus romances, geralmente volumosos, apesar de poderem ser devorados em velocidades vertiginosas, venderam 40 milhões de exemplares no mundo todo. Mankell foi também um importante autor teatral e de livros infantis, e seu compromisso social foi muito além dos livros: dirigiu durante anos o Teatro Avenida, em Maputo (Moçambique), e entre suas principais obsessões estava o desenvolvimento da África. Ao todo, publicou 40 livros, que foram traduzidos para igual número de idiomas.
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