Joseph DeCamp |
Além de estimular habilidades cognitivas e intelectuais, a leitura traz benefícios sociais e emocionais para quem compartilha a história. Ouvir narrativas na primeira infância, isto é, de zero a seis anos, contribui para melhorar o relacionamento entre a criança e o adulto, estreitando vínculos fundamentais para o desenvolvimento infantil pleno e saudável.
A formação da personalidade está diretamente ligada a este relacionamento entre a criança e o adulto. Por isso, vale a participação dos pais, avós, professores e cuidadores oferecendo a leitura para as crianças e aproveitando o momento de forma alegre e prazerosa. Para a coordenadora de Mobilização Social da Fundação Itaú Social, Cláudia Sintoni, os adultos devem inclusive escolher livros pelos quais também se interessem.
“O maior benefício da leitura é esse vínculo, esse afeto, essa relação que está sendo criada mediada pelo livro”, diz Cláudia.
Para que a experiência seja realmente de troca, e não vire uma leitura automática, o adulto deve ter em mente que a disponibilidade importa mais do que o tempo. Por exemplo, passar 15 minutos todos os dias lendo com a criança é mais efetivo do que forçar um momento de leitura, ou querer ler uma história até o fim quando a criança não está disposta.
“O livro tem que estar ali fácil, e fazer parte da rotina. Tem de ser na hora que for gostoso para os dois, e os dois aproveitarem esse momento. Por isso que a gente fala que o vínculo é o mais importante”, lembra Cláudia.
Como a leitura representa um momento de troca de afeto entre adulto e criança, é importante que aconteça naturalmente. Muitas vezes, os pais ficam preocupados por ter pouco tempo em sua rotina, e acabam criando uma barreira que desmotiva a leitura.
Para resolver isso, Cláudia dá uma dica: pais que trabalham muito o dia inteiro podem experimentar a leitura como um momento de descontração, e até mesmo antiestresse.“A gente fala para o adulto que a primeira coisa é ele ter esse pensamento, de que poder ser muito bom e muito gostoso para ele também. Pode ser um presente para o adulto”, diz Cláudia.
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