quinta-feira, setembro 27
No meio do inferno
Já depois das oito horas, quando baixaram âncora, a taiga de Sacalina ardia em grandes fogueiras em cinco pontos, na margem. Através da escuridão e da fumaça, que se alastrava pelo mar, eu não via o cais nem as construções e mal conseguia distinguir as luzinhas embaçadas do posto da guarda, duas das quais eram vermelhas. O quadro terrível, grosseiramente feito de trevas, silhuetas de morros, fumaça, chamas e fagulhas em brasa, parecia uma cena fantástica. No plano esquerdo, erguia-se alto para o céu o clarão avermelhado de incêndios distantes; parecia que Sacalina inteira estava em chamas. À direita, a massa escura e pesada do Cabo Jonquière avança para o mar, semelhante ao monte Aiu-Dag, na Crimeia; no seu cume, brilha um farol e embaixo, na água, entre nós e a margem, há três recifes pontiagudos – os Três Irmãos. E tudo isso no meio da fumaça, como no inferno.
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