Isso mudou com uma edição barata em brochura em alemão e uma peça sobre o livro estreada em 1956, seguida por um filme de Hollywood três anos depois: a circulação total disparou para 700 mil exemplares. Até hoje, O diário de Anne Frank foi vendido milhões de vezes e está disponível em 70 idiomas, o que o torna um dos livros mais traduzidos do mundo.
Em seu diário, a menina judia Anne Frank descreve o tempo em que ela e a família se escondiam dos nazistas na Amsterdã ocupada pelos alemães.
Até hoje a obra aproxima crianças e jovens de todo o mundo dos horrores do Holocausto. Veronika Nahm, diretora do Centro Anne Frank, em Berlim, disse em entrevista à DW: "Anne Frank escreve sobre coisas que são relevantes para os jovens nessa fase da vida: família, apaixonar-se, brigas com a mãe. Mas também quem determina quem eu sou, o que eu quero ser quando crescer, como será o mundo no futuro?"
O Centro Anne Frank usa o diário para dar aos jovens "uma introdução aos tópicos do Holocausto e do nazismo", segundo Nahm. A vida da família e dos amigos de Anne Frank também desempenha um papel importante: o pai, Otto Frank, por exemplo, testemunhou a queima de livros em Frankfurt, os tios de Anne foram presos durante pogroms, sua melhor amiga, Hannah Pick-Goslar, sobreviveu ao campo de concentração de Bergen-Belsen e testemunha o Holocausto até hoje.
Um estudo de 2022 confirmou que os jovens da Alemanha estão mais preocupados com a era nazista e o Holocausto do que a geração de seus pais. Nahm também observou isso: "Podemos ver que os jovens estão muito interessados no Holocausto e na história do nacional-socialismo." O número de visitantes da exposição no Centro Anne Frank também atestaria isso. "Não fosse a pandemia, teríamos números crescentes a cada ano."
Mas as questões estão se tornando mais diversas no século 21: por exemplo, jovens da Turquia e da Alemanha estão atualmente trabalhando num projeto sobre judeus turcos em Berlim durante a era nacional-socialista, e os jovens também se ocupam das voluntária e voluntários do Norte da África que defenderam seus concidadãos judeus.
O ponto de partida para todos esses projetos é o diário de uma menina judia, que queria transformá-lo em romance depois da guerra. Anne Frank sonhava em se tornar escritora e jornalista. Nunca chegou a isso: em 1944, o esconderijo em Amsterdã foi denunciado à Gestapo e a família foi deportada. Anne Frank morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen em 1945.
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