domingo, fevereiro 23
O rio da minha infância – II
Atravessei esse rio –
o rio da minha infância.
Escapei de várias mortes
nos remansos de suas águas
das corredeiras invernais.
A enchente adentrava
pelas partes dos baixios
para alegria da meninada
e desespero dos demais.
Passa boi, passa boiada,
passam cobras e garranchos
e as canoas singrando,
com mercadorias e gentes
de uma margem à outra.
A lua já não refletia
naquelas águas tão barrentas.
O mundo cabe num rio,
esse mundo que transborda.
O meu coração menino
projeta de novo essas águas
do rio da minha infância.
A saudade não se aperreia
quando visível
as águas do seu passado.
Elilson José Batista, "Alumbramentos"
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário