O norte-americano John dos Passos, neto de portugueses, foi um dos ícones da literatura de seu país no século 20. Um de seus livros, “Manhattan Transfer”, costuma aparecer na lista dos 100 melhores do século em todo o mundo, além de ter influenciado muitos autores, no Brasil inclusive.
Outra de suas obras, “O Brasil em Movimento”, lançada na década de 1960, fala sobre suas viagens ao Brasil. Ele percorreu vários de nossos estados, de Norte a Sul, e nos deixou um relato saboroso do que viu.
Como viu o senhor John dos Passos! Viu com um olhar minucioso, cativante, original. Esqueça seu conservadorismo, suas observações mais à direita que a de seus compatriotas republicanos (menos que o Trump, é claro). Garimpe no livro as opiniões dele sobre Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas, Aloísio Alves, Israel Pinheiro, João Goulart e Carlos Lacerda. Ele conversou com todos eles e muita gente mais.
Busque as descrições que fez de um país em movimento, em busca do século 21 com a construção de Brasília. Deixe-se levar pela beleza e rigores que ele resgata de nossa natureza, da Floresta Amazônica, de uma viagem por Minas Gerais ou pelo Paraná.
O grande romancista também foi um grande viajante. Quando ele termina seu relato, fica o gosto de quero mais e a certeza de que um olhar estrangeiro pode trazer novidades a respeito de nós mesmos.
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