Os poetas que falavam com as estrelas eram aluados.
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Musa, eis uma palavra e uma condição que as mulheres já não aceitam. Estão certas. Quantos Camões, quantos Dantes, quantos Petrarcas há por aí?
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A fama de certos místicos e determinados poetas advém da habilidade com que, estando onde estiverem, olham e acenam para o alto, como se tivessem parentes no céu.
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Nos domingos e nos feriados, minha tristeza merecia ganhar dobrado.
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Tenho espírito de clown. Tudo que sempre quis foi agradar aos outros. Chamaram-me de artista por isso, e a inveja dos rivais me matou.
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De tanto ver nulidades triunfando, achamos que podemos também.
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Uma pena: morto célebre não dá autógrafo.
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Enquanto é tempo, paremos de reparar na palidez dos defuntos, na sua barriga e na sua gravata. Que mania temos de lhes dar nota. Um dia seremos nós a atração.
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Mario Quintana tinha dois jeitos de ser: um simples, muito simples; o outro, mais simples ainda.
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O melhor caminho é quase sempre aquele que devíamos ter tomado quando escolhemos outro, dez ou vinte anos atrás.
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Boas frases são mais comuns do que se pensa. Algumas caem diariamente no ônibus, como moedinhas, e às vezes não há ninguém que julgue valer a pena abaixar-se para recolhê-las. Uma, dita ontem no Vila Morais: “Pelo andar da carruagem, eu chego amanhã, se não morrer um dos cavalos.”
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Continuo aquele idiota de ontem – com um pouco mais de experiência.
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O leitor deve abrir um livro policial sempre com alguma suspeita
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Mais que os demais, os poemas concretos sofrem a fadiga dos materiais.
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Tenho alma de órfão, de cachorro abandonado. Sonho com lareiras, seios fartos, tigelas transbordantes de comida.
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Desistiu de entender a gramática ao descobrir que, contra a lógica, os chamados vícios de linguagem não eram os palavrões.
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Não acredito que alguém tenha tido coragem de dizer a Jorge Luis Borges que o melhor da festa é esperar por ela.
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Uma frase de Deus, segundo uma fonte não identificada: “Pode ser que Eu esteja enganado, mas…”.Raul Drewnick
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