Biblioteca da Filadélfia (1875(, George Bacon Wood
Em 2008, um estudo que envolveu mais de mil editores de todo o mundo, "os maiores gurus da feira de Frankfurt", como refere o jornal El Pais, concluiu que, precisamente dez anos depois, o livro electrónico destronaria o livro em papel e este acabaria por morrer. Mas, afinal, a Feira do Livro de Frankfurt de 2018 fechou há uma semana e estava cheiinha de livros em papel. E não como relíquias, mas como o centro do próprio negócio. O vaticínio era falso e precipitado e, depois de um início bastante optimista do e-book, veio um inesperado retrocesso: o negócio do livro electrónico nunca ultrapassa 10% do mercado (na Alemanha, 8%, e é dos países onde se vendem mais livros desse tipo). Apesar de ter várias vantagens (podemos levar connosco 500 livros electrónicos para uma viagem – e isso explica porque grande parte dos e-books de literatura são comprados sobretudo nos meses de férias), os leitores ainda acham que o livro digital pouco mais é do que uma reprodução do livro em papel, e a falta de novidade conduziu certamente à diminuição de compras, além de que, por exemplo, uma boa percentagem de compradores de e-books em Inglaterra (entre os 18 e os 34 anos), quando gostam muito de um livro que leram no e-reader, vão comprá-lo a seguir em papel. Não sei o que vaticinaram há trinta anos os gurus da Feira de Frankfurt sobre os audiolivros. Esses continuam cá, também sem grande expressão, embora em certos países se vendam muito a pessoas que fazem longas viagens de carro entre a casa e o emprego e preferem ouvir um livro a ouvir rádio.
Nenhum comentário:
Postar um comentário