sábado, agosto 17

A linguagem que vale em dobro

Josée Masse
O escritor não vale só pela estrema escolha dos vocábulos que emprega, pela sua vernaculidade, limpeza e colorido; vale amiúde (quando é grande) muito mais pelas analogias que lhes descobre no sentido, aproveitando-as em metáforas que alargam a significação e fortalecem o carácter das coisas que descreve. É a sua parte criadora que leva um entendedor da força de Castilho a dizer do Padre Bernardes: "A linguagem que ele deixou pesa e va­le o dobro da que ele achou".
Todos os grandes escritores têm a sua música pessoal que, insensivelmente, lhes ritma a prosa.
Manuel Teixeira-Gomes, "Carnaval Literário"

Nenhum comentário:

Postar um comentário