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Condenados à castidade, os amores impossíveis trocam beijinhos no rosto e morrem em olor de castidade.
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Sou do tempo em que o Café Caboclo era irmão do Açúcar União.
Dizemos, naturalmente, falar em nome da literatura. Embora ela, naturalmente, não concorde.
Um parente rancoroso murmurando ao ouvido do defunto, no velório: me chama agora de fracassado.
Não cheguei a ser um poeta. Fui no máximo um versejador aplicado.
Aos olhos da nova crítica, sonetos não são feitos nem escritos; são cometidos.
Sua campanha de reabilitação moral vem dando certo: já há mais de um ano ninguém lhe pergunta se ainda faz sonetos.
Morrer é uma prerrogativa: não morre qualquer um, só morre gente viva.
Conhece-te a ti mesmo, se não tens nada mais interessante a fazer.
Quando eu era menino, diziam-me que eu tinha certo jeito para escrever. Talvez tivesse. O que nunca tive, acho, foi o jeito certo.
O que dois tolos melhor sabem fazer é compartilhar o amor.
Que lastimáveis são certos velhos quando se põem a falar do amor, com os olhos lúbricos e a saliva aflorando aos lábios, como se estivessem numa churrascaria, diante de um pernil.
Era um fantasma bissexto, que mais sumia do que aparecia.
Um fantasma suíço sempre chega à meia-noite, nunca além ou aquém disso.
Sem vergonha e sem desdouro, o poeta concretista conserta agora os versos no martelinho de ouro.
Nos últimos tempos, quando falo comigo noto um mútuo constrangimento
Raul Drewnick
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Dizemos, naturalmente, falar em nome da literatura. Embora ela, naturalmente, não concorde.
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Um parente rancoroso murmurando ao ouvido do defunto, no velório: me chama agora de fracassado.
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Não cheguei a ser um poeta. Fui no máximo um versejador aplicado.
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Aos olhos da nova crítica, sonetos não são feitos nem escritos; são cometidos.
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Sua campanha de reabilitação moral vem dando certo: já há mais de um ano ninguém lhe pergunta se ainda faz sonetos.
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Morrer é uma prerrogativa: não morre qualquer um, só morre gente viva.
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Conhece-te a ti mesmo, se não tens nada mais interessante a fazer.
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Quando eu era menino, diziam-me que eu tinha certo jeito para escrever. Talvez tivesse. O que nunca tive, acho, foi o jeito certo.
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O que dois tolos melhor sabem fazer é compartilhar o amor.
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Que lastimáveis são certos velhos quando se põem a falar do amor, com os olhos lúbricos e a saliva aflorando aos lábios, como se estivessem numa churrascaria, diante de um pernil.
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Era um fantasma bissexto, que mais sumia do que aparecia.
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Um fantasma suíço sempre chega à meia-noite, nunca além ou aquém disso.
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Sem vergonha e sem desdouro, o poeta concretista conserta agora os versos no martelinho de ouro.
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Nos últimos tempos, quando falo comigo noto um mútuo constrangimento
Raul Drewnick
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