Meu pai negou-lhe asilo. Não admitia criminoso em sua terra, mas nesse dia não jantou e dormiu tarde.
Veio o comandante do destacamento, tenente Moreirinha, e pediu licença para correr a propriedade. Contrariando a tradição de inviolabilidade dos engenhos, meu pai permitiu.
Além de varejar todas as casas, a polícia surrou a mãe do assassino e sua cunhada, mulher de Antônio Cuíca, o que causou indignação a meu pai.
Diziam os moradores que, com a diligência na ilharga, Felizardo tornara-se invisível por ter virado a camisa pelo avesso. Fugiu e homiziou-se numa usina em Pernambuco, só voltando a Areia depois de prescrito o crime.
José Américo de Almeida, "Memórias: antes que me esqueça"
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