Filme
virou um cult em 1988, no Brasil, com Anthony Hopkins (o livreiro inglês Frank Doel)
e Anne Bancroft (a própria autora Helene Hanff)
“É a loja antiga mais encantadora que existe, saiu direto de Dickens, diante dela você iria perder completamente o juízo.
Tem umas bancas do lado de fora: parei e fiquei folheando isso e aquilo, só para estabelecer a imagem de rato de livrarias antes de vagar pelo seu interior. Quando você entra, encontra-se numa penumbra, sente o cheiro da loja antes de vê-la, e é um cheiro delicioso. Não posso descrever com facilidade, mas é um cheiro onde se misturam mofo, poeira, o tempo acumulado, paredes de madeira e assoalhos de madeira. Lá para o fundo da loja, à esquerda, ergue-se uma escrivaninha com uma lâmpada de trabalho; estava sentado um homem de uns cinquenta anos, com um nariz de figura de Hogarth. Levantou os olhos, disse “Boa tarde” com sotaque da Região Norte, falei que só queria espiar os livros, e ele me solicitou que por fazer o fizesse.
As prateleiras não acabam nunca. Chegam até o teto, são muito antigas e com um tom cinzento, assim como um velho carvalho que, através dos anos, absorveu tanta poeira que não tem mais a cor original. Há uma seção de gravuras, ou melhor uma comprida mesa cheia de gravuras, com Cruikshank, Rackham, Spy, todos esses maravilhosos caricaturistas e ilustradores ingleses, os quais não conheço tanto como deveria, se fosse mais sabida, além de velhas revistas ilustradas, muito simpáticas.
(Trecho de “Nunca te vi... sempre te amei” (84 Charing Cross Road ) de Helene Hanff)
A verdadeira Marks&Co em Londres |
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