Ratos e homens
Algumas milhas ao sul de Soledad, o rio Salinas desce bem
junto do flanco da colina e corre profundo e verde. A água é também morna,
porque antes de chegar ao estreito poço ela desliza cintilando ao sol por sobre
as areias amarelas. De um lado do rio as douradas encostas da colina
sobem numa curva até as montanhas Gabilan, fortes e rochosas, mas do lado do
vale a água está orlada de árvores: salgueiros frescos e verdes a cada Primavera,
cujas folhas inferiores retêm nas suas intersecções o cisco das enchentes de
inverno; sicômoros de folhas e galhos dum branco mosqueado que se alongam
e arqueiam sobre a água parada. Na margem arenosa, sob as árvores, as folhas
formam um tapete tão espesso e seco que a fuga dum lagarto por entre elas
provoca longa crepitação. Ao anoitecer os coelhos saem do mato e vêm sentar-se
na areia, e os baixios úmidos se cobrem das pegadas noturnas dos coatis, dos
cães das fazendas e dos vestígios das patas bipartidas dos cervos que chegam
para beber no escuro.
Nova
versão, de 1992, o filme tem direção
de Gary Sinise, estrelado por John
Malkovich
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