Corpo Vivo
Encontrarão o ninho, é o que pensa. Nas
costas, oculta pela mata, ficara a serra. A terra devia ter se contorcido,
fervendo em lama, pedras e levas em atrito, para fazê-la o aleijão medonho.
Erguendo-se da chapada, montanha que sobre em desaprumo, florestas e rochedos
se abraçam nas quedas dos despenhadeiros. Furacão doido e bruto que rodava a
torcera, como se fosse um pano molhado, e malhas são as nuvens que a rodeiam. O
vento, detido pelas encostas do outro lado, não passa. Imagem nos olhos,
enquanto anda, João Caio sabe que ali o homem e a mulher encontrarão o ninho. Tudo, em seus olhos, se aloja. A serra
demora a apagar-se, subsistindo aos pedaços, as florestas como crinas
escuras. Em uma caverna ou em uma choça, agora livre como as feras, Cajango,
poderá dizer à mulher que uma vida ficou embaixo. É possível que tenha
atravessado a chapada abrindo caminho no capinzal. Esperava-o a serra, tromba
de mil voltas na arrancada para o céu. As pálpebras não descem, Bem-Bem
atrás, o bando na frente.
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