Curiosidade não mata, mas movimenta o mundo. Não são
curiosos apenas as crianças ou as mulheres. Um ser curioso, o homem. Talvez
seja sua força motriz. Por futucar tudo, acabou criando das utilidades às
parafernálias. Hoje o mundo é dele e só por enquanto gira em torno do sol; até
que esse grande curioso não invente uma outra órbita para a Terra. Não seria,
portanto, estranho a curiosidade também habitar o sebo.
O livreiro guarda a mesma ansiedade da criança diante dos
pacotes. Quando chegam novos livros, há sempre algo diferente. Por mais
acostumado a desmanchar amarrados, persiste a esperança da novidade. Um livro
nunca visto, talvez um autor desconhecido se revele. Nem faltam as decepções
com o estrago em algumas obras. E ao menos aqui, no Brasil, a destruição é
muita tanto pelo tempo, que maltrata os volumes, como as traças e o próprio
homem, o maior admirador e ao mesmo tempo o grande desleixado com as
obras.
Bicho curioso, ainda assim, vai o homem descobrindo
novidades nos montes de livro. Quanta criatividade se mostra nas prateleiras
para atender aos múltiplos desejos dos leitores desde a edição rara a um volume
simples que caiba no bolso, mas editado com esmero.
Lojas de surpresas constantes, o sebo tem o atrativo de
atender perfeitamente a esses leitores que carregam em si aquela criança a se
divertir na leitura de um livro. Há leitor que não sai da loja sem visitar as
prateleiras dos livros infantis à procura de seus “retalhos de infância”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário