O jovem entra na sebo com um pedaço de papel, com o
nome de um livro. Ali está a senha para a descoberta de um mundo novo. Mas na
infinidade de livros por todos os lados, se desorienta. Espantam aquelas
prateleiras atopetadas, e a maioria das vezes senhores ou não tão senhores
compenetrados em folhear livros bem mais velhos do que os próprios leitores.
Parece não ser um ambiente apropriado para jovens, quando é deles que se
precisa nas velhas livrarias. Aprendizes no amor aos livros, será deles todo
aquele futuro, uma arca de tesouros sem fim.
E a passagem para essa viagem está em suas mãos.
Quando pergunta ao livreiro sobre o livro desejado, a resposta vem rápida. E
como num passe de mágica, o que parecia difícil está nas mãos. O atendimento
cativa o jovem, que vai descobrindo outras obras de que já ouviu falar; vê o
mesmo livros em edições diferentes, algumas velhas e luxuosas. Ao ajeitar os
óculos, o livreiro descobre que mais um foi conquistado para a confraria dos
amantes do livro..
Por que conhecem do ofício de vender? Nem sempre. Às vezes se deixam levar pelo interesse do freguês. O desconto é grande e certo. O que conhecem, e bem, é o livro. Se depender dos anos de balcão, até os autores. Falam de obras, suas reedições, editoras extintas. Contam casos. Livreiro que se preza vende livro e dele sabe tudo. Nos velhos prédios cariocas, nos sebos, onde houver velhos livreiros, há um acadêmico do livro.
Em meio à poeira e o comércio, se descobre a amizade
que leva fregueses a se tornarem fieis frequentadores e, algumas vezes, amigos
da casa a ponto de deixarem para a loja os livros que ali compraram em
agradecimento ao atendimento e à amizade. Um sinal de que mesmo na loja o livro
pode ser um aliado da amizade.
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