Ilustração de capa |
Pode parecer
bobagem tamanha preocupação, a minha, com o destino trágico dessas bibliotecas.
A verdade, porém, é que morto o proprietário, a viúva, ou os filhos, ou os
herdeiros se desfazem desses depósitos de cultura acumulada e incalculável de
um forma leviana, às vezes criminosa.
Há gente que
pensa que meu lamento se dá porque simplesmente a biblioteca perdida ou
destruída significa menos dinheiro no meu bolso. Errado. Só quem lida com
livros usados pode avaliar a emoção ao resgatar uma biblioteca, símbolo
concreto não de uma vida – a do dono, mas de várias. Se pode, a partir daí,
passar livros antes condenados ao esquecimento ou à extinção para as mãos
salvadoras de bibliófilos que saberão conservá-los e remetê-los às gerações
seguintes. O futuro do mundo agradece.
Manoel dos
Santos Martins, o Martins Livreiro, em “Memórias novas e usadas”
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