Detalhe de Contos clássicos Charles Wysocki (1928-2002) |
Alguém pode dizer que um clássico nunca sai de moda. Isso não é inteiramente verdade. Há ciclos de interesse e de oferta que os tornam mais atraentes de tempos em tempos. É o que se vê agora no mercado literário brasileiro. Em um momento em que a economia caminha para a recessão e grandes títulos como O pequeno príncipe caem em domínio público ou rumam para tal, duas pequenas editoras começam a operar focadas nesse nicho, e outras duas já consolidadas, a Hedra e a Rocco, preparam coleções — de holandeses “esquecidos” e de obras canônicas para jovens, respectivamente. É uma boa notícia para o leitor, que tem no filão o seu investimento mais seguro. “Um clássico nunca perde a importância. Lendo clássicos, a gente se aproxima do nosso passado comum”, diz Juliana Lopes Bernardino, da Poetisa, editora que iniciou trabalhos no final de 2014 com a ideia de tirar da gaveta traduções feitas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), onde sua sócia, Cynthia Beatrice Costa, estuda. Para as editoras, os clássicos são um ótimo investimento. “Não publicamos livro por caridade. Publicamos porque dá lucro. Clássico dá prestígio e visibilidade, vende e dá lucro. Clássico dá lucro”, diz Carlos Andreazza, editor-executivo de ficção nacional da Record, que edita um dos maiores clássicos nacionais, Vidas secas, de Graciliano Ramos, com mais de 2 milhões de exemplares vendidos desde meados de 1970.
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