sábado, julho 18

Biblioteca faz vaquinha para não fechar

Uma blusinha está sobre o livro “50 Tons de Cinza”. Em cima de um “Diário de um Banana“, algumas saias. Logo abaixo da saga “Harry Potter”, sapatos de diferentes modelos e tamanhos.

Em Paraisópolis, uma das maiores favelas de São Paulo, na zona sul, os 12 mil livros disponíveis na biblioteca Becei passaram a dividir espaço com roupas e acessórios.


Depois de perder o convênio com uma empresa belga, que garantia grande parte da sustentabilidade financeira do local, Alexandre Cabral, 34, fundador do espaço, passou a realizar brechós e, inclusive, uma “vaquinha” virtual, para não fechar as portas.

Prestes a completar duas décadas de existência, em setembro, a primeira biblioteca comunitária montada em uma favela no Brasil, segundo Cabral, anda mal das pernas. A internet e o telefone foram cortados. Um dos computadores, que garantia conexão à rede para os visitantes, foi colocado à venda.

No último sábado (11), foi realizado o primeiro brechó. Bem sucedido, a segunda edição, ainda sem data marcada, já está garantida. Do total arrecadado, 10% será destinado à vaquinha virtual, que busca angariar R$ 17 mil, até o dia 8 de agosto.

“Não podemos deixar que a biblioteca seja fechada. Primeiro, por ser um espaço dedicado à reflexão no centro de uma das favelas mais populosas do país. Segundo, porque ela é importante para abrandar os estigmas cultivados pelas classes mais abastadas de que os bairros mais vulneráveis são exclusivamente reduto da marginalidade”, conta Cabral, que é graduado em jornalismo pela Faculdade Cásper Líbero.

(Fonte: Folha de S. Paulo) 

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