Ler traz vantagens cognitivas, psicológicas e reprodutivas
Não, ler não tem de implicar que entre num mundo isolado, longínquo e imaginário que obriga a usar óculos garrafais muito pouco atraentes. Dedicar algum tempo à leitura traz vantagens físicas e psicológicas. Quer ler?
Ler torna-nos mais compreensivos
Dizia Schopenhauer que “ler quer dizer pensar com uma cabeça alheia, em lugar da própria” e isso é, na verdade, uma grande vantagem. Ler torna o ser humano mais sociável. Em primeiro lugar, um livro permite que nos coloquemos na pele do outro. Tornamo-nos menos egocêntricos, porque atentamos ao modo como os outros agem e podemos evoluir os nossos próprios comportamentos, diz o The New York Times.
Além disso, ler desenvolve a nossa inteligência emocional, no sentido em que ficamos mais capazes de entender os sentimentos e emoções alheios. Isso é mais facilmente conseguido se preferir histórias de ficção, porque temos a tendência de equiparar pessoas imaginárias às reais e extrapolar as relações descritas nos livros, como explica o The Guardian.
E isto acontece porque as redes cerebrais utilizadas para entender a ficção são semelhantes às que temos para interpretar as histórias reais, ajudando-nos a desenvolver capacidades sociais.
Dedicar-se à leitura é tão benéfico para o cérebro como jogar xadrez ou resolver quebra-cabeças, diz o ABC. Há mesmo estudos que indicam que ler ajuda a prevenir o Alzheimer. Ressonâncias magnéticas feitas a pessoas enquanto liam demonstraram que o fluxo sanguíneo no cérebro aumenta nas áreas responsáveis pelas funções executivas. Consequência: uma maior capacidade de concentração.
Quanto mais cedo pegar nos livros, melhor. Este é um hábito que deve ser cultivado desde pequeninos: a estrutura das histórias – introdução, desenvolvimento e conclusão – aumenta a atenção das crianças, introduz o conceito de sequência de acontecimentos e ajuda a criar estruturas de causa-efeito.
Além disso, ler tem consequências positivas na cultura das crianças e na erudição, até porque alarga o vocabulário e permite aceder a mais informação. E isso tem efeito durante largos anos. A leitura acaba também por moldar a nossa personalidade, principalmente na adolescência.
Ler ajuda a descontrair
Não é porque o cérebro entra numa atividade maior que a leitura é um exercício tão cansativo como correr uma maratona: ler um livro pode mesmo ajudar a relaxar, mais do que ouvir música ou passear num jardim. É por isto que muitas pessoas adormecem enquanto leem um livro durante a noite, explica o The Telegraph.
Pegar num livro não exige folheá-lo
E isto simplesmente porque a tecnologia permite-nos ler com um simples scroll. Os livros eletrónicos são uma boa opção para quem não é amante de livros físicos. Cria habituação ao fim de apenas uma semana e pode ser uma alternativa mais prática.
Mas existem algumas desvantagens, principalmente para livros de estudo: é mais difícil de memorizar o livro. Grande parte dos livros eletrónicos tem os textos dispostos numa única página, o que dificulta a memória visual: é que muita da informação que detemos enquanto lemos é facilitada por recordarmos a sua posição do livro. Nos livros eletrónicos essa orientação é mais complicada, conclui o Time.
Fernando Botero |
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