Em 2014, o Grupo Livrarias Curitiba vendeu 5,4 milhões de livros, dos quais 37.800 são obras de narrativas breves — o que representa 0,7% da saída de produtos. Pouco? Comparado com outros gêneros, sim. Romances, por exemplo, atingiram 18%, ou 972 mil unidades, das vendas da empresa curitibana que tem 24 lojas espalhadas no Paraná, Santa Catarina e São Paulo.
Já nas 18 unidades da Livraria Cultura, livros de contos e crônicas foram responsáveis por 27% das vendas nos últimos 24 meses. Mas, de acordo com o coordenador de edições especiais e exclusivas da empresa, Ricardo Schil, entre conto e crônica, o público se interessa mesmo por obras de cronistas, principalmente de Martha Medeiros, Gregório Duvivier, Luis Fernando Verissimo e Nelson Rodrigues.
“Infelizmente, conto não vende muito.” A afirmação do diretor comercial do Grupo Livrarias Curitiba, Marcos Pedri, é uma máxima repetida por editores, escritores e livreiros. A pouca vendagem de livros de contos, analisa Pedri, tem relação com o trabalho realizado pela cadeia do livro para o segmento.
“Em geral, editoras priorizam livros de ficção, não ficção, autoajuda, infantojuvenil e negócios. Algumas dessas obras ganham um trabalho especial junto aos livreiros, aos grandes pontos de vendas, destaque nas vitrines, ações especiais com a imprensa, nas redes sociais e publicidade. O somatório dos esforços normalmente resulta em boas vendagens. Porém, como isso quase não acontece com os contos, eles vendem pouco”, diz.
Pedri observa que, atualmente, as editoras escolhem os livros para serem publicados pensando no público- -alvo. “Veja o exemplo do segmento ficção voltado para meninas adolescentes, que gostam de histórias amorosas. É o caso do americano Nicholas Sparks. Os livros dele caem como uma luva a esse público.” E, acrescenta Pedri, quando as obras de Sparks, e outros autores conhecidos, viram filmes, geralmente o sucesso de seus livros tende a ser ainda maior. “Existe uma somatória de esforços e conhecimentos para se publicar um livro e para que ele tenha boas vendas. Infelizmente, isso quase não acontece com os contos.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário