Rouco o seu canto. Canto que não parecia mais de galo, senão a própria voz da casa abandonada. Casa rachada ao sol, aluindo-se ao vento de chuva.
Não mais agora figuras humanas entrando; apenas lagartixas e morcegos para recepção às sombras.
Casa rouca submersa no matagal, teu galo ficou. E seu canto perdeu o timbre de sol, já não inaugura os dias. E se fez adequado aos estragos do reboco, à podridão das esquadrias – última secreção de pareces gemidas.
Galo rouco. Casa rouca.
Aníbal Machado
Nenhum comentário:
Postar um comentário