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Manoel de Barros e Mario Quintana eram dois passarinhos que se disfarçavam de poetas.
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Escrever é como garimpar: provavelmente nada, afortunadamente ouro.
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Só os gramáticos sabem se é melhor morrer ao meio-dia e meio ou ao meio-dia e meia.
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Suna Jo |
Quando você diz poesia, deve dizer com a mesma esperançosa reverência com que o pobre, no sonho, diz pão.
Eu me dei melhor com a poesia quando menino. Ela está certa. Por que deveria aturar as tolices de um velhote?
Tinham tanto amor um pelo outro que para dar conta dele precisaram introduzir na história um terceiro.
Certos escritores querem dar a impressão de que carregam a literatura nas costas. São esquálidos, pálidos, lamentáveis. E chatos.
Os escritores falam mal de todos os concursos que ainda não ganharam.
Escritor de verdade é aquele que venderia a mãe por uma menção honrosa.
Há escritores que só reconhecem a superioridade de Shakespeare para não parecerem presunçosos.
Há os chamados escritores de coquetel. Os rissoles, assim que os veem chegar, sabem que estão vivendo seus últimos instantes.
Quando dois escritores se põem a conversar, as orelhas dos outros, até de alguns mortos, começam a arder.
Nem todo escritor de monóculo e cavanhaque é necessariamente um clássico.
Se souber, levante a mão: há quanto tempo já morreu o leiteiro do Drummond?
Se não houvesse Wislawa, como seria a poesia? E a vida, como é que ficava?
Como ilusão, a literatura se equipara ao amor, embora seja bem menos prazerosa.
Raul Drewnick
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Eu me dei melhor com a poesia quando menino. Ela está certa. Por que deveria aturar as tolices de um velhote?
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Tinham tanto amor um pelo outro que para dar conta dele precisaram introduzir na história um terceiro.
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Certos escritores querem dar a impressão de que carregam a literatura nas costas. São esquálidos, pálidos, lamentáveis. E chatos.
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Os escritores falam mal de todos os concursos que ainda não ganharam.
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Escritor de verdade é aquele que venderia a mãe por uma menção honrosa.
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Há escritores que só reconhecem a superioridade de Shakespeare para não parecerem presunçosos.
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Há os chamados escritores de coquetel. Os rissoles, assim que os veem chegar, sabem que estão vivendo seus últimos instantes.
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Quando dois escritores se põem a conversar, as orelhas dos outros, até de alguns mortos, começam a arder.
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Nem todo escritor de monóculo e cavanhaque é necessariamente um clássico.
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Se não houvesse Wislawa, como seria a poesia? E a vida, como é que ficava?
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Como ilusão, a literatura se equipara ao amor, embora seja bem menos prazerosa.
Raul Drewnick
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