Em memória de Hélio Pólvora (1928-2015)
Uma viúva é uma vendedora potencial de livros. Quando um erudito solta o último suspiro, os antiquários esfregam as mãos, prelibando negócio fácil e barato. E lá se vão para o sebo, a preço do sebo, as obras primas, as raridades que o defunto passou a vida a colecionar, nisso gastando os seus suados caraminguás. Se tivesse juízo, o de cujus teria levado a sua cara-metade a Paris para um banho de loja na Galérie Lafauyette, enqnato o distinto dar-se-isa o consolo de um Curvoisier no bar da esquina.
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Muito escritor de renome tem advertido: literatura é coisa séria. Os deslumbrados fecham os ouvidos e vão em frente com empulhações que acabam competindo com o produto verdadeiro, à falta de críticos que separem o bom do ruim. Há um nivelamento por baixo. O texto transfigurador vê-se forçado a competir com o texto de literatura factual. O conto que é uma experiência de vida, um prolongamento de vida vê-se comparado ao chamado miniconto, que é uma burla. Somente o tempo, esse crítico supremo, poderá enterrar a má literatura.
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