Se o universo é um livro, é que o livro é a Revelação, e, portanto, por extensão, a manifestação. O Liber Mundi dos rosa-cruzes é ao mesmo tempo a mensagem divina, o arquétipo do qual os diversos livros revelados não passam de traduções em linguagem inteligível. Em certas versões da Busca do Graal, o livro é também identificado com a taça, deixando claro o simbolismo: a busca do Graal é a busca da palavra perdida, da sabedoria suprema tornada acessível aos mortais.
Um livro fechado significa a matéria virgem. Se está aberto, a matéria está fecundada. Fechado, conserva o seu segredo. Aberto, o conteúdo é tomado por quem o investiga. O coração é, assim, comparado a um livro: aberto, oferece seus pensamentos e sentimentos; fechado, ele os esconde.
Para os alquimistas, a obra é expressa simbolicamente por um livro, aberto ou fechado, conforme a matéria-prima tenha sido trabalhada ou apenas extraída. Às vezes, quando o livro é figurado fechado, simbolizando a matéria bruta, ele aparece selado com sete fitas, representando as sete operações sucessivas que permitem abri-lo.
Jean Chevalier e Alain Gheerbrant, "Dicionário de símbolos"
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