sábado, julho 11

'Pequeno Príncipe' celebrado em novas edições e filme

 Desde 1943, as pessoas são categorizadas de duas formas, dependendo de como enxergam uma mesma figura mal traçada numa folha de papel. As pessoas grandes, sem imaginação ou sensibilidade para proteger uma rosa dentro de uma redoma, veem um simples chapéu. Já as outras, de todas as etnias, gêneros, idades, espalhadas mundo afora com um mesmo livro na gaveta, sabem que a tal imagem é, na verdade, um elefante engolido por uma jiboia.


Foi um garoto de cabelos cor de ouro e capacidade ímpar de narrar histórias que criou a divisão. E foi um aviador francês, com igual criatividade, que criou o garoto, certamente um dos maiores ícones da cultura pop mundial. “O Pequeno Príncipe”, obra-prima de Antoine de Saint-Exupéry, lançado em 1943, acumula números grandiosos: foi traduzido para 280 idiomas e dialetos; teve mais de 150 milhões de cópias vendidas no mundo; e rende aos herdeiros do autor € 100 milhões por ano com licenciamento de livros e outros produtos, além de pelo menos 16 adaptações para cinema e TV lançadas.

Os números, porém, de longe não servem para dar conta do tamanho do fenômeno que se tornou o personagem de Saint-Exupéry, um autor desaparecido em 1944 durante um voo de reconhecimento sobre o Mar Mediterrâneo, quando combatia, pela França, os alemães na Segunda Guerra Mundial.

— Há algo no livro que é completamente atemporal e se conecta com o que somos como seres humanos — diz o americano Mark Osborne, diretor de “Kung Fu Panda” (2008), “Bob Esponja” (2004) e da novíssima animação “O Pequeno Príncipe”. — Como muitos, tenho uma relação com o livro. Quando morava em Nova York, fui aceito num curso de animação na Califórnia. Para ir, teria que deixar minha namorada, hoje mulher. Mas ela me apoiou completamente. Ela disse, citando o livro, que “o essencial é invisível para os olhos”, e me deu de presente sua cópia.

A animação de Osborne estreou no último Festival de Cannes e terá sua primeira exibição no Brasil neste domingo, às 20h, na Cidade das Artes, pelo Festival Anima Mundi. O diretor estará presente. Depois, o longa tem estreia brasileira marcada para 20 de agosto.
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