sábado, julho 4

Último sebo na Praça Tiradentes se prepara para fechar

Em meio a títulos como “A cada dia um novo começo", “Como vender seu peixe na internet" e “Os jovens e a leitura: uma nova perspectiva" — que parecem resumir sua atual fase —, a Livraria Marins, última a resistir na Praça Tiradentes, prepara-se para pôr um ponto final na própria história. Adelbino de Marins Espíndola, seu proprietário, já se mobiliza para passar o ponto. Hoje com 68 anos, o carioca aponta o preço dos aluguéis, a concorrência com a internet e a violência na cidade como alguns dos motivos pelos quais se diz cansado de manter o seu sebo aberto.


— Antes, aqui na praça, eram seis livrarias. Eu sou o único a continuar. O movimento está sempre caindo, e qualquer aumento no aluguel, para um livreiro, já significa muito. Estou conformado, pois, na minha idade, não teria muitas perspectivas nesse mercado. Mas fico triste por aqueles que estão começando — lamenta, referindo-se a seu funcionário, Leandro Cardoso, de 30 anos.

Assim que passarem o ponto — Marins prefere o método boca a boca —, os dois planejam se concentrar na venda dos cerca de 60 mil livros em estoque, 80% usados, pela internet. Para isso, é preciso também conseguir um espaço para depositar a mercadoria. Por ora, as vendas através da Estante Virtual correspondem à metade do faturamento da livraria, que ingressou no portal de vendas de livros novos e usados em 2006. Por dia, ele estima a venda de 10 a 12 livros pelo site.


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As vendas virtuais e físicas são complementares. Pelo site, é possível encontrar um livro que a pessoa queria de antemão. Já o sebo físico é um local para garimpar. Lá, o livro acha a pessoa
André Garcia

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