Olhava, sorria, soltava uma baforada e dizia: “Veja como estão agradecidas...” .
Como se cada ervinha se parecesse com ele e tivesse, secretamente, alegria de viver. Daí sua gratidão vegetal. Diz o capítulo 6 do livro do profeta Isaías que, no momento em que teve sua visão, o templo se encheu de fumaça. Pergunto-me se o profeta não estaria baforando seu cachimbo... A fumaça é um poderoso alucinógeno.
Rubem Alves, i"O velho que acordou menino"
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