Porém hoje creio ter terminado o relato do meu inferno. Era o inferno; o velho, de que o filho do homem abriu as portas.
Do mesmo deserto, à mesma noite, sempre meus olhos cansados se abrem para a estrela de prata, sempre, sem que se comovam os reis da vida, os três magos, o coração, a alma, o espírito. Quando iremos, além das praias e dos montes, saudar o nascimento do trabalho novo, da sabedoria nova, a fuga dos tiranos e demônios, o fim da superstição, adorar – os primeiros! – O Natal na terra!
O cântico dos céus, a marcha dos povos! Escravos, não amaldiçoemos a vida.
Arthur Rimbaud, "Uma temporada no inferno"
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