quinta-feira, setembro 3

Crise boa

É bom ver como artistas e cronistas apoiadores do poder, durante décadas, agora contorcem a boca e suas palavras se retorcem para inexplicar o fracasso de suas crenças ou conveniências.

A direita era ruim e a esquerda não é melhor, finalmente chegamos ao empate para começar um novo jogo.

Afinal, porque direita ou esquerda se temos dois olhos, duas pernas e dois braços? Ninguém anda só com uma perna ou vê bem só com um olho – e pouco podemos fazer só com uma das mãos.

Não quero me guiar nem por direita nem por esquerda, quero é ver governo funcionando bem e custando pouco.


O movimento para enxugar as câmaras municipais começou em pequenas cidades, mas pode ser o grande sinal de que começamos a enxergar o Mal.

O Mal, senhores padres, pastores, pais, patriotas, cidadãos e irmãos, o Mal é serviços públicos custando tanto e servindo tão pouco, Estado castigando a nação.

Mas que bom: isso gerou a crise em que tanto se purga e tanto se aprende.

A água, por exemplo, começou a ter a atenção que sempre mereceu. Talvez até aprendamos, com a crise, a apagar a luz e acender a mente.

Que seria de nós sem crises? O vento que castiga a planta também espalha suas sementes.

Embora ache (“e quem acha pode se perder”, já ensinou Noel) que o melhor para o Brasil seria Dilma fora, mas também acho que só pela lei. A esta altura, rua deve voltar a servir apenas ao trânsito.

Conforme a Constituição, Temer será o presidente. Se não puder ou não quiser, será Cunha, se ainda for presidente da Câmara, ou então Renan ou, em pela ordem, o presidente do Supremo (artigo 80) Isso, enquanto se organiza nova eleição, pois “vagando os cargos de Presidente e vice-presidente da República, a eleição para ambos os cargos será feita trinta dias depois da última vaga, pelo Congresso Nacional” (artigo 81).

Fora da Lei de novo, jamais! Precisamos da Constituição – e de sua renovação – se quisermos continuar em frente.

Enquanto isso, no mundo de quem trabalha e sustenta o Estado, grandes e pequenas empresas crescem e prosperam ou micham e quebram, driblando ou sofrendo a crise, que bom.

A Crise é um jogo, e pode apostar que vai render melhoramentos para a Civilização, time do meu coração.

Com a Crise, veja que bom, a arrogância entra em crise e a criatividade se atiça!

Quem dança com a nova música, cresce; quem não cresce, dança com qualquer música.

As crises derrubam, elevam, incubam, cevam, amadurecem, a felicidade das crises é mexer com o mundo, senão apodrece!

E só a Crise ensina direitinho que numa república temos de ter direitos e também deveres.

Não vamos sair da crise maiores, mas melhores com certeza. Então vivamos a crise!
Domingos Pellegrini

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