"Você quer saber qual é o meu pecado? É que eu não me farto de livros, embora eu os tenha mais talvez que o necessário. Acontece que essa caçada é igual às outras: o sucesso espicaça o desejo. Além do mais, os livros têm uma atração singular, exclusiva deles: o ouro, a prata, as pérolas, um traje de púrpura, uma casa de mármore, quadros, um campo bem cultivado, um cavalo ricamente arreado, todas essas atrações e tudo o mais proporcionam apenas um prazer chocho e superficial; só os livros levam a satisfação até o fundo da alma, Eles nos falam, nos dão conselhos, se unem às nossas vidas, graças a uma familiaridade harmoniosa e ativa"
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O poeta italiano Francesco Petrarca (1304/1374) morreu lendo na pequena casa que ele
mesmo construiu em Pádua, cercado de livros, aproximadamente 200 volumes,
quantidade considerável numa biblioteca particular da época. O poeta se
consagrou aos livros: "Companheiros misteriosos que, de todos os, países,
os séculos conduziram ao meu regaço, ilustres por sua linguagem, por seu gênio.
Eles não são difíceis: um canto da minha modesta casa basta para acomodá-los. Eles são dóceis, sempre atentos aos nossos chamados, jamais importunam.
Afastam-se quando o desejamos e correm para nós ao primeiro aceno".
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