Na primavera de 1964, Saul Bellow reescreveu “Herzog” quase
por completo e o mandou a seu editor em Nova Iorque. Umas
50 páginas não chegaram a seu destino. Fizeram parte de um assalto ao correio
de Hyde Park, bairro de Chicago, onde vivia o escrito e onde agora tem sua casa
o presidente Barack Obama. Os ladrões escaparam em um Cadillac amarelo
com o dinheiro e as bolsas do correio.
Em seguida, os assaltantes espalharam o que não servia a
eles em terrenos baldios a oeste do rio de Chicago. O que sobrou das páginas de
“Herzog” apareceu dias depois. Os ladrões foram presos e o dinheiro recuperado,
mas meu trabalho estava reduzido a farrapos (minha primeira recepção
crítica?)”, escreveu Bellow a uma amiga.
Bellow voltou a corrigir mais uma vez a novela, fez e refez
quase até a impressão. Já havia mudado o título inúmeras vezes (um das opções
era “O fornicador”) e até eliminou detalhes mais crus. A única parte intocável
foi a primeira frase: “Se estou de lua, tanto melhor, pensou Moses Herzog”
“Bellow não tinha grandes expectativas para “Herzog”.
Acreditava que talvez vendesse 8 mil exemplares. Se decepcionara muitas vezes e
quanta gente queria ler um livro sobre um obscuro acadêmico, que escreve cartas
aos mortos? Ele foi o mais surpreendido por seu êxito”, escreve James Atlas, o
editor e autor da biografia de referência sobre Bellow, que lhe deu acesso às
suas cartas e a seus familiares.
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Uma boa opção é o texto especial de Bellow
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