Foto: Lina Faria |
“Não saberia viver sem essa coisa que é o livro, seja em papel ou digital”
Ele é um dos intelectuais mais atuantes
do país. Escreve crônicas para jornais e revistas há mais de meio século. É um
dos principais poetas brasileiros, autor de dezenas de livros, entre os
quais “Que país é este?” e “Textamentos”. Estudou a obra de
Carlos Drummond de Andrade, o que resultou no livro “Drummond: o gauche no tempo”.
Affonso Romano de Sant’Anna, mineiro nascido em Juiz de Fora em 1937, foi o
segundo convidado de 2014 do projeto “Um Escritor na Biblioteca”.
COLEÇÃO PARTICULAR
Lá em casa acontece uma coisa que
também deve acontecer na casa de vocês. Volta e meia chega um operário ou um jornalista,
o que é mais grave, e faz a pergunta: “O senhor já leu todos esses livros?”. É
incrível, porque fazem sempre a mesma pergunta. Dependendo do dia, respondo:
“É, eu já li. Esses aí e tem mais três cômodos de uma casa em Friburgo que
também estão cheios de livros. E tem ainda os que eu não tenho, mas li em
bibliotecas.”
NOVOS LEITORES
Reportagens
mostram que na Itália, na França, na Espanha, em qualquer país, os professores
e os comunicadores afirmam que os jovens não sabem mais escrever. E não sabem
por uma razão muito simples: por causa da cultura digital.
NA PALMA DA MÃO
Temos que fazer uma campanha para
que as pessoas descubram que todos têm uma biblioteca nas suas mãos. Quando
você vai a uma lan house, o que se escuta? Uma barulheira incrível. Uma
gritaria sem fim. O que passa? Os meninos estão jogando. São jogos de matar e
morrer. Então, tem que ensinar esse pessoal a ler, seja no computador ou na
tela do celular. Todo mundo está com o celular na mão, mas é joguinho ou
palavra cruzada para matar o tempo, quando o sujeito poderia estar
aproveitandoo tempo lendo algum livro de Dostoiévski, Cervantes ou Machado de
Assis. É importante fazer uma campanha de descoberta da biblioteca digital.
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