terça-feira, julho 8

Livros inexistentes


Conheço fanáticos de catálogos de livros inexistentes e os imagino celebrando estes dias o aparecimento em Paris de “A Biblioteca invisível”, Stéphane Mahieu (Éditions du Sandre). Acabo de ler precisamente as notas sobre cada um dos livros inexistentes reunidos por Mahieu e confesso que, depois de morrer de rir com alguma das notas, agora me sinto brutalmente saciado, como se houvesse lido, por mais inexistentes que sejam, a totalidade dos livros que anuncia o catálogo.

É demais. Quem dá mais? Em um só volume “A Biblioteca” te dá ampla informação sobre diferentes livros falsos que no final inclusive você pode acabar acreditando que é um leitor exageradamente voraz. Vem neste momento à memória os tomos falsos da “A Biblioteca” que me ficaram mais gravados: os que cita J. Rodolfo Wilcock em “A sinagoga dos iconoclastas”, os que revela Rabelais em Gargântua e Pantagruel...
  
Em cada livro inventado há algo de grande força íntima, às vezes “A Biblioteca” de Mahieu parece uma secreta reunião de festas que não existem. Algo está claro: a insistência em editar este tipo de catálogos demonstra que continua havendo gente apaixonada pelos livros não pensados para leitores crédulos (leia-se também simiescos).

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