domingo, março 1

Historinhas

Corre a história de que Rui Barbosa, um inveterado freqüentador de sebos, sempre chegava com um embrulhinho debaixo do braço. E a mulher Maria Augusta (dona Cota) perguntava: “Rui, mais livros?” E a resposta vinha rápida e humilde: “É que eu passei pela Garnier e tinha por lá uns livrinhos tão em conta!”.

Nem tão feliz quanto Rui, era aquele desembargador ou comendador, que os anais alfarrábicos não registram corretamente o cargo. Quando entrava no apartamento, ainda mesmo no hall, deixava o embrulho escondido atrás de um imenso vaso de plantas. Só quando a mulher dormia, e bem certificado de que ela realmente não despertaria logo, ele corria ao hall para desembrulhar os livros e colocar na biblioteca. Em meio a tantas obras, a mulher nunca identificaria os recém-comprados. E na imensa paz de um leitor satisfeito, o desembargador (ou seria comendador?) podia desfrutar dos novos amigos por toda a madrugada sem que fosse cobrada sua paixão imensa pelos livros.

Nenhum comentário:

Postar um comentário