Na véspera de mais um aniversário, o pensamento brincou que agora chegara minha vez de “configurar o dispositivo de data e hora”. Seria mais ou menos isso, acredito, o momento do balanço anual, de olhar para trás e avaliar tudo o que vivi, realizei, e também olhar adiante, o que desejo para o futuro próximo, o que esperar do futuro remoto, sem esquecer o presente, com as mudanças que, como o tempo, se sucedem sem alarde e continuamente, renovando o eu.
Fascinante é constatar que a vida é professora exemplar, incansável, sempre pronta a nos ensinar algo novo, a todo instante, em qualquer idade. E quero, sinceramente, ser boa aluna. Não pretendo diplomas ou medalhas, apenas conseguir traduzir sua lições da forma mais exata, perceber as entrelinhas, intuir suas mensagens cifradas, já que nem tudo é explícito em suas aulas.
Por fim, quando o relógio zerar, saber que fiz o melhor que pude e partir deixando o mínimo de ressentimento ou decepção entre os que ficarem. E torcer para que eles compreendam que, para mim, viver é tão difícil quanto consertar o cronômetro do computador.
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