sexta-feira, outubro 21
Para variar
Este é um blog que fala sobretudo de livros e de edição, mas, para variar, vou hoje falar-vos de um filme, até porque sei que, ao fazê-lo, não estou a sair da minha zona de conforto. Na verdade, o filme trata de livros… e de edição, claro, e em várias passagens – salvaguardadas as distâncias, bem entendido – recordou-me o meu trabalho quotidiano e algumas das vicissitudes deste belo, mas às vezes tão duro, ofício. Trata-se de Um Editor de Génios, realizado por Michael Grandaje, que conta a história da relação entre Max Perkins (o grande editor da Scribner que deu à estampa autores tão grandes como Hemingway e Scott Fitzgerald) e o escritor Thomas Wolfe (não confundir com o autor de A Fogueira das Vaidades) desde o final dos anos 1920 até à morte deste, em 1938. As duas personagens (papéis desempenhados por grandes actores como Colin Firth e Jude Law) são quase antagónicas, mas criam-se entre ambas laços apertados e até uma certa dependência, uma vez que o escritor é demasiado prolixo e é preciso reduzir milhares de páginas adjectivadas e metaforizadas que escreveu a um volume mais conciso e legível, o que sem o editor não é tarefa fácil. Mas estes laços e estes cortes são apenas uma parte das cisões e das ligações desta história que interessará seguramente a todos os que gostam de livros. A ver, evidentemente.
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