Beijo na face
pede-se e dá-se
João de Deus
desorbitado, às vezes, desviava-se
p’ra outras paragens, nova sintaxe,
outras sondagens – e rebobinava-se
com ímpeto renovado. Mas agora,
em tempo de peste que nos assola,
só pensa o desgraçado em dar o fora:
o vírus malvado empata e isola!
Campo de flores, dizia o poeta
João de Deus: nem flores nem amores,
que o vírus não deixa e só a dieta
nos pode salvar de outros horrores.
Beijo na face pedia-se e dava-se:
agora, menino, o desejo trava-se!
Eugénio Lisboa
agora, menino, o desejo trava-se!
Eugénio Lisboa
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