Aquele jantar na casa do ex-colega de colégio, cada um leva a sua bebida e o anfitrião prepara um macarrão excelente, fica pra depois;
A viagem programada para as férias, elas também programadas para acontecer mês que vem ou no outro, passagens compradas e reservas feitas, fica pra depois;
O show que faria (no caso de músicos) ou assistiria, seja no estádio, no teatro, no bar ou mesmo na rua, definitivamente, fica pra depois;
O curso que começaria, estava no meio ou, o horror, que acabara de começar, ele tão aguardado no balanço dos múltiplos compromissos, fica pra depois;
O futebol com os parceiros de terça, na quadra de grama sintética, no qual o ímpeto perde sempre para a camaradagem… Bom, fica pra depois;
O time do coração entrou na Libertadores? Está bem colocado no Estadual? Começa a encaixar com o novo técnico, estrearia o craque? Tudo isso fica pra depois;
Prometi estar mais perto do pai, do filho, mãe, tia, primos, irmão, cachorro, bicicleta… Prometi ser alguém mais presente, enfim, e… Fica pra depois, mas permanece o compromisso!
A missa, o comício, o semestre, a reunião de condomínio, o final de semana na praia, aquela ida para São Paulo, a visita de prospecção, a mudança de endereço, tudo parece ter ficado pra depois.
Inadiável, inadiável mesmo, apenas o carinho, o cuidado, a solidariedade, a resiliência, a paciência, a higiene, o humor, a esperança, a disciplina, a fé.
Rubem Penz
Nenhum comentário:
Postar um comentário