terça-feira, maio 26

Novo soneto do corona

Vivíamos sem planos, lentamente,
Pensávamos que assim devia ser.
Por que buscar um modo mais urgente?
Tínhamos ainda muito por viver.

Vivíamos no agora, no presente,
O que mais poderíamos querer?
Vivíamos à toa, tolamente,
Nosso tempo se escoava sem nos doer.

Hoje, vendo que, lento ou devagar,
O tempo acaba sempre por passar
E já do nosso muito pouco temos,

O que nos resta é lastimar cada hora
Que nós vivemos sem viver. Agora,
Morrer é tudo quanto nós fazemos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário