terça-feira, maio 19

Poetas, chatos, defuntos

Sempre foi um poeta com preocupações sociais. Aos dezoito anos, já propunha uma campanha de apoio às rimas pobres.

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Há defuntos vistosos, midiáticos. E há defuntos que são o que são.

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Um chato sempre dispõe de tempo para nos contar de novo uma piada. Principalmente se não tivermos gostado dela.

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O chato tem sempre alguma palavra a dizer, além da última.

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Nas horas matinais, enquanto ainda dormem os fiscais da saúde pública e cochilam os gramaticais, a Kombi que mal anda e a Kombi que anda mal anunciam uma cartela de ovos por déis real.

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São Tomé apreciaria a poesia concretista. Gostaria de apalpá-la, fazer-lhe carinhos, dizer-lhe oi, bochechudinha.

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O que mais trabalho dá num poema concretista é a fase do projeto e seleção de materiais.

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Quando jovem, acho que fui melhor poeta, embora não me lembre muito bem.

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Além do tradicional chocolate com nozes, está fazendo sucesso o poema concretista com sabor de morango e pistache.

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Tão fácil é compreender, será preciso explicar? Viver é um modo de ser, morrer é um modo de estar.

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O menino aponta o arco-íris: vô, olha lá, pintaram o céu.

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Poetas velhos só deveriam falar de amor depois de um período de reaprendizagem.

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O poeta sem fama põe a culpa na poesia e a ameaça: se continuar assim, vou me mandar para a prosa.

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Não, Kama Sutra não é propriamente um manual de ginástica, se bem que…

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Os poetas românticos matavam-se saltando da lua ou de uma estrela; os concretistas, do vigésimo andar.

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O soneto de antologia esnoba a quadrinha amadora: você não se enxerga, não, guria?
Raul Drewnick

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